A despeito de tanto mestrado

Ganha menos que o namorado

E não entende o porquê

Tem talento de equilibrista

Ela é muita, se você quer saber

 

Pitty – Desconstruindo Amélia

 

As diferenças socialmente construídas entre homens e mulheres na sociedade são parte importante da produção das desigualdades de gênero. Essa posição das mulheres na divisão do trabalho, em empregos mal remunerados e em maior parte na informalidade, sustenta e legitima a precarização das condições do mercado de trabalho para as mulheres e a diferença salarial em comparação aos homens.

As mulheres ainda têm uma menor participação na força de trabalho proporcionalmente comparado aos homens. Apesar disso, elas possuem um maior grau de instrução — da porcentagem de mulheres com ensino fundamental completo à porcentagem de mulheres com ensino superior completo.

Isso pode ser explicado, em base, pela divisão sexual do trabalho, que coloca as mulheres muitas vezes na posição do trabalho doméstico e do cuidado dos filhos.  As mulheres dedicam, em média, quase o dobro do tempo que os homens ao cuidado de pessoas e aos afazeres domésticos. Esse dado se confirma em parte, pois há uma porcentagem maior de mulheres no mercado de trabalho entre as que não tem crianças de até três anos.

As mulheres ainda sofrem uma inferiorização no mercado de trabalho. Em pleno Séc. XXI, os homens têm renda média 72% maior que as mulheres. Isso demonstra não só uma desvalorização do trabalho feminino, mas pode desencadear no fenômeno da feminização da pobreza.

Autor: Alexandre Henrique

 

*O Observatório das Desigualdades é um projeto de extensão. O conteúdo e as opiniões expressas não refletem necessariamente o posicionamento da Fundação João Pinheiro ou do CORECON – MG.

 

Referências:

IBGE. Estatísticas de Gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil. 2021.

PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano. 2020.

OLIVEIRA, B. C. et al [org.]. A igualdade terá o rosto da mulher. Porto Alegre: Editora UFRGS. 2021.

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