O índice de concentração de renda no Brasil atingiu o maior valor em sete anos, após um aumento progressivo desde 2014. As razões apontadas por especialistas são a ausência de aumentos reais do salário mínimo desde 2015 e a fragilização do mercado de trabalho.

Tal fragilização deve ser entendida como a diminuição da oferta de vagas de trabalho devido à crise econômica, que por sua vez provocou o crescimento da ocupação informal entre os brasileiros. Os trabalhadores informais são aqueles que atuam sem vínculo empregatício nem regulamentação do governo, o que também acarreta a ausência de direitos trabalhistas como FGTS, seguro desemprego, licença maternidade, entre outros.

Mas por que, exatamente, que a informalidade está relacionada com a concentração de renda? A razão para esse fenômeno é multidimensional, em primeiro lugar porque as diversas garantias derivadas da formalidade acrescentam à renda familiar direta (como no caso do salário mínimo) ou indiretamente (como o direito ao FGTS), de fato elevando a condição financeira dos empregados. Além disso, em um cenário de crise, a empregabilidade é mais prejudicada para os trabalhadores com baixa especialização, que se voltam para o mercado informal com mais frequência, culminando na ampliação da diferença de renda entre os segmentos com maior e menor grau de instrução.

Existem ainda uma série de outros fatores que ligam a informalidade à desigualdade, e é por isso que os resultados da piora do índice de Gini devem ser compreendidos também nesse âmbito. Ressalta-se, por fim, a reforma trabalhista aprovada durante o governo Temer, que prometia aumento do emprego mas entregou o oposto após sua implementação.

Fonte: Estadão. Acesso em: https://is.gd/analisenoticia1

Imagem: Freepik

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