Por natureza, finais de ciclo são períodos de reflexão. O que foi feito? Como foi feito? E, principalmente, como avaliar o período que passou? Nada mais natural, portanto, que nós também reservemos um tempo para contemplar o que fizemos como Observatório das Desigualdades em 2021. 

O ano nada teve de tranquilo ao país, que combinou crises políticas, ambientais, econômicas e sociais em um turbilhão complexo – quando não intragável – que desafiou a compreensão e a paz de espírito de qualquer cidadão. Dessa forma, refletindo esse ambiente, o Observatório levantou discussões sobre temas como insegurança alimentar e fome, desigualdade racial, de gênero e de renda, violência policial, demarcação de terras indígenas, dentre outros. 

Pensando em fazer um sobrevôo sobre esses e alguns outros temas, centrais na pauta do Observatório durante o ano, fizemos uma playlist com canções que remetem às temáticas em questão e à nossa capacidade de resistir e imaginar uma vida diferente. O intuito é alimentar a crítica social e relembrar as discussões, mas fazendo-o de uma forma mais leve e fruitiva, uma experiência que só a música consegue proporcionar. A seleção conta com nomes e gêneros musicais dos mais diversos, desde o samba de Paulinho da Viola, passando pela MPB de Gilberto Gil e seguindo ao soul de Aretha Franklin.

Você pode acessar essa playlist no Spotify, por meio do link <https://open.spotify.com/playlist/2jRow1allOvHzgcVXoGp0v?si=8317564c36414a2b>. Mais interessante que apenas escutar as canções, no entanto, é fazê-lo compreendendo o que nos levou a selecioná-las, motivo pelo qual listamos a partir daqui os principais temas apontados e as canções correspondentes, assim como indicações de peças em que tratamos da pauta em questão ao longo do ano.

 

DESIGUALDADE DE GÊNERO, ESTIGMAS E ESTEREÓTIPOS

Apesar de serem amplamente debatidos nas últimas décadas e contarem com cada vez mais profundidade nas discussões e nas críticas, os tópicos da desigualdade de gênero seguem tristemente presentes na sociedade brasileira. A canção “Triste, louca ou má”, da banda Francisco, el Hombre, não é uma das primeiras da lista por acaso; ela inicia a discussão e ilustra de uma forma poética e tocante a repressão que se impõe às mulheres, principalmente quando elas recusam os enquadramentos sociais aos quais são submetidas ou propõem a reconfigurá-los ao seu próprio jeito de ser. Nesses casos, o machismo e o patriarcalismo ainda intrincados nas relações sociais podem rotular essas “desviantes”, por assim dizer, como mulheres tristes, loucas ou más, pela sua resistência em se submeter aos papéis sociais culturalmente impostos [1]. 

Triste, louca ou má

Será qualificada

Ela quem recusar

Seguir receita tal

A receita cultural

Do marido, da família

Cuida, cuida da rotina

Só mesmo, rejeita

Bem conhecida receita

Quem não sem dores

Aceita que tudo deve mudar

Que um homem não te define

Sua casa não te define

Sua carne não te define

Você é seu próprio lar

(Triste, louca ou má – Francisco, el Hombre)

Nessa linha, segue Bia Ferreira em “Não precisa ser Amélia”, canção em que a artista contrasta o estereótipo feminino submisso de “Amélia” a toda mulher emancipada das amarras sociais, indicando que não há um tipo ideal de mulher e que todas as formas de “tornar-se mulher” são legítimas, sempre que possam ser expressão livre das vivências e escolhas de cada uma. 

Não precisa ser Amélia pra ser de verdade

Cê tem a liberdade pra ser quem você quiser

Seja preta, indígena, trans, nordestina

Não se nasce feminina, torna-se mulher

(Não precisa ser Amélia – Bia Ferreira)

Você pode ler mais sobre esse assunto nos seguintes posts, relacionados à desigualdade de gênero:

Em destaque, sugerimos o livro “A igualdade terá o rosto da mulher”, lançado ano passado pelo esforço conjunto entre o Observatório das Desigualdades e o EGEDI (Grupo de Pesquisa Estado, Gênero e Diversidade). Os capítulos conduzem o leitor pelo universo da desigualdade de gênero, seus diagnósticos e possíveis meios de combate de forma instigante, perpassando diversas problematizações e reflexões advindas da pauta. É possível acessar a obra em:

 

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Relacionado ao tópico anterior, embora com abordagem distinta, está a questão da violência doméstica, que aflige milhões de mulheres Brasil afora ao longo dos anos. Para essa temática, a canção escolhida foi “Maria da Vila Matilde”, de Elza Soares. A faixa se encontra no álbum Mulher do Fim do Mundo, em que Elza discute também temas como a negritude, a transexualidade e o feminismo. Impecável em sua musicalidade e em sua crítica, a cantora relata de forma bem direta a expressividade de um eu lírico que sofria de violência doméstica e que, dando um basta à situação, resolve denunciá-la às autoridades. 

Cadê meu celular?

Eu vou ligar pro 180

Vou entregar teu nome

E explicar meu endereço

Aqui você não entra mais

Eu digo que não te conheço

E jogo água fervendo

Se você se aventurar

(…)

E quando o samango chegar

Eu mostro o roxo no meu braço

Entrego teu baralho

Teu bloco de pule

Teu dado chumbado

Ponho água no bule

Passo e ofereço um cafezim

Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim

(Mulher da Vila Matilde – Elza Soares)

Este ano, o Observatório abordou a questão da violência contra as mulheres no post “Gênero e violência: Viver (mulher) é perigoso”, que pode ser acessado em:

Como um elo que une as duas temáticas trazidas até o momento, estão “Respect”, de Aretha Franklin, e “I will survive”, de Gloria Gaynor. Hinos atemporais que dispensam apresentações, a primeira música pede respeito às mulheres e clama por um basta ao desrespeito, enquanto a segunda faz um paralelo entre as histórias gerais de superação e a saída de um eu lírico feminino do relacionamento ruim em que estava inserida. Mais que isso, porém, I will survive também foi adotada como canção de resistência pela comunidade LGBTQIA+ (cujo tópico específico está a seguir) devido à narrativa que o eu lírico da música traz, de resiliência e fortaleza.

 

QUESTÃO LGBTQIA+

O Observatório trabalhou a temática LGBTQIA+ no post “Quem tem medo da diversidade? Luz e sombra na luta pelos direitos LGBTQIA+”, disponível em:

O texto é bastante completo e elucidativo, englobando desde a razão pela qual o mês de junho é tido como o mês do orgulho LGBTQIA+, passando pelo significado da sigla e suas derivações e incluindo também uma análise de dados acerca dos direitos conquistados pelos movimentos, relacionando tais informações à maior ou menor resistência a este reconhecimento em diferentes grupos sociais. 

Já na playlist, a primeira canção escolhida foi “Toda forma de amor”, na versão da cantora Daniela Mercury. Em adaptação à versão de seu autor, Lulu Santos, Daniela troca o trecho “Eu sou teu homem / Você é minha mulher” por “Eu sou tua / E você é minha mulher”, inferindo o amor entre duas mulheres e trazendo à tona a necessária pauta sobre naturalizar a menção a todas as formas de amor e tipos possíveis de casais. Em “Imorais”, por sua vez, Zélia Duncan denuncia aqueles que julgam o jeito de ser alheio, fazendo juízos de valor maniqueístas entre certo e errado – julgamento que, por vezes, recebem aqueles da comunidade LGBTQIA+ sobre seus relacionamentos e posicionamentos. O que prevalecerá ao final, segundo a cantora, é fazer o que de fato realiza cada um como pessoa. 

 

DESIGUALDADE RACIAL E NEGRITUDE

Essa parte da playlist não poderia começar de melhor forma que com “Refavela”, canção do álbum homônimo de Gilberto Gil, este um dos maiores ícones da MPB. A música ressalta a cultura negra, refletindo sobre a diáspora africana, suas origens e consequências, mas também a potência dessas articulações. A reflexão continua com “Identidade”, de Jorge Aragão, em que o cantor exalta a negritude e as raízes da população negra brasileira ao mesmo tempo em que discute a questão da conquista de espaço e representatividade, assim como da sensação de pertencimento. 

Elevador é quase um templo

Exemplo pra minar teu sono

Sai desse compromisso

Não vai no de serviço

Se o social tem dono, não vai

Quem cede a vez não quer vitória

Somos herança da memória

Temos a cor da noite

Filhos de todo açoite

Fato real de nossa história

Se preto de alma branca pra você

É o exemplo da dignidade

Não nos ajuda, só nos faz sofrer

Nem resgata nossa identidade

(Identidade – Jorge Aragão)

 

INSEGURANÇA ALIMENTAR

A insegurança alimentar nunca foi superada no Brasil, mas o efeito da pandemia sobre a renda e na mesa dos brasileiros foi alarmante, marcando, inclusive, a volta do Brasil ao Mapa da Fome. O tema, tratado pelo Observatório em três posts (links abaixo), é aqui representado pela música “Pode guardar as panelas”, canção do baluarte da Portela, Paulinho da Viola. Nela, Paulinho retrata o triste retrato da fome, de famílias que onde o dinheiro não sobra para comprar o básico, o alimento.

Você sabe que a maré

Você sabe que a maré

Não está moleza não

E quem não fica dormindo de touca

Já sabe da situação

Eu sei que dói no coração

Falar do jeito que falei

Dizer que o pior aconteceu

Pode guardar as panelas

Que hoje o dinheiro não deu

Dizer que o pior aconteceu

Pode guardar as panelas

Que hoje o dinheiro não deu

Para encher a nossa panela, comadre

Eu não sei como vai ser

Já corri pra todo lado

Fiz aquilo que deu pra fazer

Esperar por um milagre

Pra ver se resolve essa situação

Minha fé já balançou

Eu não quero sofrer outra decepção

(Pode guardar as panelas – Paulinho da Viola)

Você pode ler mais sobre o tema da insegurança alimentar nos seguintes posts do Observatório:

 

CULTURA

Cultura foi o tema do nosso boletim nº 13. Nele discutimos a desigualdade do acesso à cultura no Brasil em aspectos regionais, de renda e do investimento público. A crítica dos Titãs na música “Comida” também está na nossa playlist, por essa razão. Nela, o grupo reivindica, além da comida, uma necessidade física, outros direitos à cultura, relacionamentos e à qualidade de vida.

A gente não quer só comida

A gente quer comida, diversão e arte

A gente não quer só comida

A gente quer saída para qualquer parte

A gente não quer só comida

A gente quer bebida, diversão, balé

A gente não quer só comida

A gente quer a vida como a vida quer

(Comida – Titãs)

O Boletim “UM ESPELHO DISTORCIDO: Desigualdade, políticas culturais e acesso à produção cultural no Brasil” você pode acessar em:

 

DESIGUALDADE DE ACESSO AO ENSINO SUPERIOR

O acesso ao ensino superior ainda é desigual no Brasil, pessoas de classes mais baixas, em situação de vulnerabilidade ainda são minoria nas salas das universidades e têm uma menor formação. A democratização do ensino superior foi o tema do boletim nº 12 do Observatório e também do post crítico as declarações estapafúrdias do (des)Ministro da Educação, que podem ser acessados em:

Tal tema é incluído na nossa playlist através da música “O pequeno burguês” do ilustre Martinho da Vila, que retrata a dificuldade de pessoas no ingresso e em seguir na universidade.

Felicidade, passei no vestibular

Mas a faculdade é particular

Particular, ela é particular

Particular, ela é particular

Livros tão caros tanta taxa pra pagar

Meu dinheiro muito raro

Alguém teve que emprestar

O meu dinheiro, alguém teve que emprestar

O meu dinheiro, alguém teve que emprestar

Morei no subúrbio, andei de trem atrasado

Do trabalho ia pra aula, sem

Jantar e bem cansado

Mas lá em casa à meia-noite tinha

Sempre a me esperar

Um punhado de problemas e criança pra criar

(O pequeno burguês – Martinho da Vila)

A exclusão educacional durante a pandemia foi o tema da nota técnica nº 2 do Observatório, que pode ser acessada em:

Nessa linha e em consonância com o trazido por Martinho da Vila, a música “Cota não é esmola” da cantora e ativista mineira Bia Ferreira retrata a dificuldade da manutenção na escola quando se é pobre e preto. 

Existe muita coisa que não te disseram na escola

Cota não é esmola

Experimenta nascer preto na favela, pra você ver

O que rola com preto e pobre não aparece na TV

Opressão, humilhação, preconceito

A gente sabe como termina quando começa desse jeito

Desde pequena fazendo o corre pra ajudar os pais

Cuida de criança, limpa a casa, outras coisas mais

Deu meio-dia, toma banho, vai pra escola a pé

Não tem dinheiro pro busão

Sua mãe usou mais cedo pra correr comprar o pão

(Cota não é esmola – Bia Ferreira)

 

QUESTÃO INDÍGENA

O genocídio contra os indígenas representa uma violação dos direitos humanos, um apagamento da cultura nacional, para além da diminuição da população nativa/local. O impacto da pandemia para os indígenas foi o tema de um post do Observatório mostrando a resistência indígena e a omissão governamental na proteção dos povos originários, que pode ser acessado em: 

Na playlist temos a música “Cuando los angeles lloran” do grupo de pop rock mexicano Maná. Ela traz uma reflexão a respeito da morte de Chico Mendes, seringueiro e ativista ambiental brasileiro assassinado por grileiros de terras da Amazônia, e uma crítica sobre o desmatamento.

Cuando el asesino huía

Chico Mendes se moría

la selva se ahogaba en llanto

El dejó dos lindos críos

una esposa valerosa

y una selva en agonía.

Cuando los ángeles lloran

es por cada árbol que muere

cada estrella que se apaga

oh…no…noo…!!!

(Cuando los angeles lloran – Maná)

 

VIOLÊNCIA POLICIAL, SEGURANÇA PÚBLICA E DESIGUALDADES

Ao longo de 2021, vimos, infelizmente, diversos episódios de violência policial, que se tornam cada vez mais recorrentes nos noticiários. Os temas foram tratados em posts relacionados ao acesso à armas e à letalidade das polícias brasileiras, alguns deles fruto da parceria do Observatório das Desigualdades com o Núcleo de Estudos em Segurança Pública (NESP) da Fundação João Pinheiro:

Na playlist, trazemos a música “Polícia”, da banda Titãs, que trata da distorção do trabalho da polícia, que é feita pra nos proteger mas em muitos casos isso não acontece, e a forma bruta de ação da polícia.

Dizem que ela existe

Pra ajudar!

Dizem que ela existe

Pra proteger!

Eu sei que ela pode

Te parar!

Eu sei que ela pode

Te prender!

Polícia!

Para quem precisa

Polícia!

Para quem precisa

De polícia

(Polícia – Titãs)

 

EXCLUSÃO SOCIAL E POPULAÇÃO DE RUA

Nossa playlist também traz a exclusão social em evidência. O tema foi tratado em diferentes posts do Observatório, falando de pessoas em situação de rua, de acesso à proteção social, etc. Várias músicas relembram essa temática e trazemos na playlist: Construção, de Caetano Veloso; Senhor Cidadão, de Tom Zé; Minha Alma, do O Rappa; Rap do Silva, do MC Bob Rum; Saudosa Maloca, dos Demônios da Garoa. Uma, em especial, é “Cidadão”, do grande Zé Ramalho, onde é possível ver (ou ouvir) de forma bem explícita a desigualdade no Brasil e a exclusão de pessoas/populações de classes mais baixas.

‘Tá vendo aquele edifício, moço?

Ajudei a levantar

Foi um tempo de aflição

Era quatro condução

Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto

Olho pra cima e fico tonto

Mas me vem um cidadão

E me diz, desconfiado

Tu ‘tá aí admirado

Ou ‘tá querendo roubar?

(Senhor Cidadão – Tom Zé)

Alguns dos posts relacionados à exclusão social você encontra nesses links:

 

MENSAGEM DE ESPERANÇA

A última sessão, deste texto e da playlist, é marcada por uma dose de esperança. Em um ano tão difícil, um caminho percorrido com tantos percalços é necessário coragem para continuar e esperança para construirmos um caminho melhor. A música “E Vamos à Luta”, do ilustre Gonzaguinha, reflete a realidade de muitos brasileiros que ‘segue em frente e segura o rojão’ e ‘constrói a manhã desejada’.

Eu acredito é na rapaziada

Que segue em frente e segura o rojão

Eu ponho fé é na fé da moçada

Que não foge da fera e enfrenta o leão

Eu vou à luta com essa juventude

Que não corre da raia a troco de nada

Eu vou no bloco dessa mocidade

Que não tá na saudade e constrói

A manhã desejada

(E vamos à luta – Gonzaguinha)

Da mesma forma seguem outras canções, como “Menina Amanhã de Manhã”, de Tom Zé, e “AmarElo”, de Emicida, trazendo “Que Tudo Que Acontece de Ruim é Para Melhorar”:

E tudo que foi dor num dia

No outro dia será dia de continuar

Caminhado sobre o sol

Até o amor se reinventar

Vida que a gente aprende

Tudo o que acontece de ruim é para melhorar!

Tudo o que acontece de ruim é para melhorar!

(Tudo que acontece de ruim é para melhorar – Paulinho da Viola)

E, assim, a canção segue a mimetizar a vida real, seus dilemas e conflitos. Claro, de forma a denunciar e fazer críticas sociais, mas também para torcer por nós e fazer um pouco menos pesado o fardo de ser humano em um mundo tão complexo. 

 

Autores: Alexandre Henrique e Augusta Cora, sob a orientação dos professores Bruno Lazzarotti e Matheus Arcelo

 

*O Observatório das Desigualdades é um projeto de extensão. O conteúdo e as opiniões expressas não refletem necessariamente o posicionamento da Fundação João Pinheiro ou do CORECON – MG.

 

Referências

ARRUDA, Renata. Maria da Vila Matilde: análise da música de Elza Soares. LETRAS.MUS.BR, 2020. Disponível em <https://www.letras.mus.br/blog/maria-da-vila-matilde-analise/>. Acesso em 03 de jan. de 2021. 

FERNANDES, Camila. Análise de Triste, Louca ou Má, música de Francisco, el Hombre. LETRAS.MUS.BR, 2021. Disponível em <https://www.letras.mus.br/blog/analise-triste-louca-ou-ma/>. Acesso em 03 de jan. de 2021. 

SILVEIRA, Mateus Pereira. O significado de I Will Survive, grande hino de Gloria Gaynor. LETRAS.MUS.BR, 2021. Disponível em <https://www.letras.mus.br/blog/i-will-survive-significado/>. Acesso em 03 de jan. de 2021.

WARKEN, Júlia. Aretha Franklin: a história por trás de ‘Respect’, o maior hit da cantora. CLAUDIA, 2020. Disponível em <https://claudia.abril.com.br/cultura/aretha-franklin-a-historia-por-tras-de-respect-o-maior-hit-da-cantora/>. Acesso em 03 de jan. de 2021. 

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